Câm. Legislativa de PE – Autoria de Rosa Amorim
Desde muito jovem, integrou-se à luta ela reforma agrária e pela justiça social, inspirado pelo compromisso familiar com as causas populares e pela defesa de um Brasil soberano, democrático e igualitário.
Em 1962, no início da adolescência, seguiu para Cuba com o objetivo de estudar. No entanto, com o golpe civil-militar de 1964, Anacleto e sua família passaram a viver como exilados políticos, sendo forçados a permanecer no exterior para escapar da repressão imposta pela ditadura.
Após viver em Cuba até 1970, passou a morar no Chile, onde permaneceu até o golpe de Estado naquele país, em 1973. Novamente perseguido, seguiu para a Suécia, onde viveu seu terceiro exílio político, até 1980.
Durante os anos em que esteve fora do Brasil, Anacleto não interrompeu sua militância. Formou-se em Antropologia Social e Economia Internacional, atuando também como professor e mantendo seu engajamento na resistência democrática latino-americana. Domina, além do português, os idiomas espanhol, sueco e inglês, o que facilitou sua atuação política internacionalista em prol da liberdade e da justiça social.
Com a anistia e a redemocratização do Brasil, Anacleto retornou ao país em 1980. Na década seguinte, foi um dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT), sendo o primeiro presidente da Juventude de seu partido, integrando também a executiva nacional.
Desde então, sua trajetória tem sido marcada pela criação e liderança de diversas organizações sociais, como o MIRIM-Brasil (Movimento Infanto-Juvenil de Reivindicação) e o IATEC (Instituto de Apoio Técnico Especializado à Cidadania).
Anacleto também se destacou como membro da Coordenação Executiva do Comitê Memória, Verdade e Justiça de Pernambuco (CMVJPE), consolidando sua atuação na luta pelo reconhecimento das violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar, e na preservação da memória dos que resistiram à repressão.
Seu legado inclui, ainda, contribuições expressivas na defesa dos direitos de crianças e adolescentes, na valorização da democracia e na promoção reforma agrária e da justiça social. Ao longo de toda sua vida, Anacleto Julião demonstrou um compromisso inabalável com os mais vulneráveis, enfrentando perseguições e exílios sem jamais abandonar os princípios que nortearam sua caminhada.
Por sua trajetória de coragem, resistência e dedicação às causas populares, Anacleto Julião simboliza os valores mais nobres da cidadania e dos direitos humanos. Seu nome figura entre aqueles que, como Joaquim Nabuco, lutaram por um país mais justo e igualitário.
Diante do exposto, solicitamos o apoio dos Ilustres Pares para a aprovação do presente Projeto de Resolução, como forma de prestar o devido reconhecimento a um pernambucano cuja vida é exemplo de luta, dignidade e compromisso com o povo brasileiro.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
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