Câm. Legislativa de MG – Autoria de Deputados
Meninas de Sinhá, do Município de Belo Horizonte.
A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:
Art. 1º – Fica reconhecido como de relevante interesse cultural do Estado, nos termos da Lei nº 24,219, de 15 de julho de 2022, o Grupo Cultural Meninas de Sinhá do Município de Belo Horizonte.
Art. 2º – O reconhecimento de que trata esta lei, conforme dispõe o art. 2º da Lei nº 24.219, de 2022, tem por objetivo valorizar bens, expressões e manifestações culturais dos diferentes grupos formadores da sociedade mineira.
Art. 3º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Sala das Reuniões, 6 de maio de 2025.
Ione Pinheiro (União), vice-presidenta da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Justificação: Grupo Cultural Meninas de Sinhá é uma organização que tem o propósito de promover o bem social de comunidades carentes, o resgate de memórias, valorização e registros dos saberes dos idosos, preservação da cultura popular, reconhecimento, integração e elevação da autoestima do idoso na sociedade atual, por meio de atividades culturais de entretenimento e oficinas.
O movimento de mulheres teve início em 1989 com a Dona Valdete a partir do desejo de compartilhar experiências e elevar a autoestima de um grupo de idosas da comunidade do Alto Vera Cruz (BH-MG). Somente em 1996 foi oficializado como Grupo Cultural Meninas de Sinhá – Grupo de Cantadeiras.
Popularmente, esse grupo se apresenta como as Cantadeiras Meninas de Sinhá, levando cantigas tradicionais, versos populares e oficinas.
Atualmente, o grupo é formado por 24 mulheres com idade entre 52 e 96 anos, e promove oficinas, shows, palestras motivacionais e projetos educativos com o objetivo de enfatizar o grande potencial da mulher idosa.
A organização dá continuidade à missão de realizar projetos de assistência social e cultural, fortalecendo e valorizando o potencial do público “envelhescente”, promovendo o desenvolvimento pessoal, o empoderamento e a geração de renda.
História – Tudo começou quando Valdete da Silva Cordeiro que, trabalhava no Centro de Atendimento ao Menor – Ciame – do bairro Alto Vera Cruz em Belo Horizonte, passava sempre em frente ao posto de saúde e observava várias mulheres saindo com sacolas de remédios contra depressão, insônia e outros males. Inconformada com aquilo, Valdete resolveu chamá-las pra uma conversa, sem muitas pretensões… assim, cada uma falava e ouvia sobre seus problemas, se apoiavam e se sustentavam emocionalmente, entendiam os desafios de suas vidas mas criava-se ali uma rede de apoio.
Além das conversas, as mulheres foram fazendo outras atividades como artesanato inclusive comercializando tapetes e bonecas, fazendo biodança, brincadeiras e cirandas. Essas atividades mudaram o astral daquelas mulheres, que agora estavam felizes e fortalecidas como grupo. Dessas vivências, nasceu a vontade de cantar, preservar e divulgar cada vez mais essa cultura popular e suas próprias memórias de infância.
O exemplo de superação, força e alegria dessas mulheres caracteriza o grupo de cantadeiras Meninas de Sinhá. Cumprem um papel de preservação cultural e social na comunidade, levando shows, oficinas e suas próprias histórias a Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPIs –, escolas, presídios e vários palcos no Brasil e até no exterior.
– Publicado, vai o projeto às Comissões de Justiça e de Cultura para parecer, nos termos do art. 188, c/c o art. 102, do Regimento Interno.
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