Câm. Legislativa de SC – Autoria de Carlos Humberto
ESTADO DE SANTA CATARINA CARLOS HUMBERTO
PROJETO DE LEI
Reconhece o Município de Brusque como Capital Catarinense
da Moda.
Art. 1º Fica reconhecido o Município de Brusque como a
Capital Catarinense da Moda.
Art. 2º O Anexo Único da Lei nº 16.722, de 8 de outubro de
2015, passa a vigorar com a redação constante do Anexo Único desta Lei.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Sala das Sessões,
Deputado Carlos Humberto
ANEXO ÚNICO
(Altera o Anexo Único da Lei nº 16.722, de 8 de outubro de 2015)
“ANEXO ÚNICO ATRIBUI ADJETIVAÇÃO
Município Título Lei Original nº
Capital Catarinense da Moda
Brusque
(NR)”
Brusque é uma cidade que carrega em seu DNA o espírito do
trabalho, da inovação e da excelência. Encravada no Vale do Itajaí-Mirim, em Santa
Catarina, sua trajetória confunde-se com a própria história do desenvolvimento da
indústria têxtil no Brasil. Muito além de sua vocação industrial, Brusque construiu uma
identidade única, marcada pela força de sua gente e pela capacidade de transformar
desafios em oportunidades. Neste texto, exploraremos as origens, os marcos históricos
e a relevância atual de Brusque, que consolidam seu merecido título de Capital
Catarinense da Moda.
Brusque, localizada no Vale do Itajaí-Mirim, em Santa
Catarina, destaca-se como uma cidade cuja identidade está profundamente entrelaçada
com a história, o desenvolvimento e a excelência do setor têxtil brasileiro. Por sua
trajetória industrial e cultural, o município merece ser reconhecido oficialmente como a ”
Capital Catarinense da Moda “. A cidade é marcada pelo pioneirismo, pela força de sua
cadeia produtiva e pela relevância econômica que desempenha, não apenas em nível
estadual, mas em todo o território nacional.
Conhecemos a tradicional história da fundação da cidade a
partir daquele 4 de agosto de 1860, quando chegou em Brusque a primeira leva de
imigrantes alemães sob o comando do Barão Maximilian von Schneeburg. Mas, quem
eram esses imigrantes? A descrição que se tem da chegada deles é apenas textual,
mas extremamente importante para compor a história da moda e do têxtil brusquense.
O primeiro documento que temos da cidade de Brusque são
os escritos do diretor da Colônia, Barão de Schneeburg, de 1860, que cuidadosamente
relatava dados quantitativos e alguns elementos sociais do local. Entre eles, registrou o
primeiro tecelão e alfaiate, Augusto Höfelmann e João José Scharfenberg, que
chegaram com a primeira leva em 1860. Em 1863, já eram oito o número de alfaiates.
Na primeira “Exposição da Sociedade Agrícola Colonial”,
evento onde eram expostos e premiados produtos desenvolvidos na Colônia, em 1872,
já era possível observar os produtos de moda expostos. Entre arroz, açúcar, farinha de
mandioca, haviam flores artificiais, quadros bordados, chapéus de palha de milho,
pentes, calçados, meias, mantas bordadas e outros descritos como “trabalhos de
senhoras”, inclusive muitos deles premiados.
O constante contato com a Europa colocou Brusque em
situação privilegiada. Diversos produtos tinham que ser importados. Entre eles, as
fazendas, como eram chamados os tecidos, e os aviamentos, que vinham
acompanhados de cartões postais, revistas de moda e cartas. O que permitia que os
modelos confeccionados em Brusque se aproximassem daqueles que estavam na moda
na Europa no período.
A partir do final do século XIX, Brusque passa a se destacar
como um centro de excelência têxtil. Imigrantes europeus, especialmente vindos da
Alemanha, da Polônia e também da Áustria e Itália, foram fundamentais na construção
dessa identidade. A primeira iniciativa de indústria propriamente dita ocorreu através do
empresário João Bauer, conhecido vendeiro do fim do século XIX. Entre as profissões,
os vendeiros obtinham destaque na colônia, sendo grandes responsáveis pela
economia. Nessa ocasião, no entanto, o empreendimento têxtil não prosseguiu e foi em
1892, por iniciativa de outro vendeiro – Karl Christian Renaux, que a tecelagem industrial
veio a se consolidar em Brusque.
Karl Christian Renaux, que se tornou conhecido como Cônsul
Carlos Renaux, um imigrante alemão nascido em Loerrach, chegou ao Brasil em 1882.
Após estabelecer-se como comerciante de sucesso em Brusque, Carlos Renaux
vislumbrou o potencial da indústria têxtil na região. Em 11 de março de 1892, dia em que
completava 30 anos, fundou a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, a primeira do gênero
a se consolidar em Brusque. A iniciativa contou com a parceria dos comerciantes
Augusto Klappoth e Paul Hoepcke. A chegada de tecelões provenientes da região têxtil
de Lodz, na Polônia, foi decisiva para a implantação da indústria têxtil em Brusque, poiseles detinham o conhecimento necessário para transformar fios de algodão em tecido. O
trabalho na fábrica iniciou com cerca de oito teares manuais e funcionando junto a sua
venda. Mais tarde foram adquiridos, da Inglaterra, 30 teares manuais usados. E, com o
passar do tempo, outros mecanizados foram comprados. As primeiras produções eram
simples e se destinavam especialmente para o consumo local. Eram, no entanto, de
extrema importância para uma época onde a importação era difícil.
A Fábrica de Tecidos Carlos Renaux enfrentou diversos
desafios em seus primeiros anos, incluindo a falta de operários qualificados e a
necessidade de importar fios tingidos da Europa, o que encareceu a produção. No
entanto, a perseverança de Renaux e de sua equipe permitiu que a empresa superasse
essas dificuldades.
Os investimentos na Fábrica de Carlos Renaux foram
constantes. Em 1900 a empresa comprou uma fiação, a primeira do estado de Santa
Catarina, e Brusque ficou conhecida como “Berço da Fiação Catarinense”. Na ocasião
foi comprada uma fiação de 1000 fusos da empresa inglesa Platt Brothers & Co. Para
montagem das máquinas foi contratado, da Alemanha, o técnico Gustav Walter
Bueckmann, especialista em fiação, que instalou a nova unidade. Essa inovação
permitiu à empresa produzir sua própria matéria-prima, reduzindo custos e aumentando
a competitividade.
Para complementar a produção, uma tinturaria foi instalada
junto à fábrica. E embora inicialmente o tingimento fosse bastante rudimentar, este setor
contribuiu para o desenvolvimento de novos produtos. Mais tarde a fábrica Carlos
Renaux importou uma caldeira a vapor alimentada por lenha. Finalmente em 1913, por
meio de uma pequena usina construída em Guabiruba, foi instalada a energia elétrica
em Brusque, o que contribuiu significativamente para o aumento na produção de
tecidos.
A produção inicial da fábrica consistia em artigos simples,
como os chamados “suíços”, que incluíam algodão xadrez vermelho e branco e riscados
para camisas e calças destinadas ao consumo regional. Devido às dificuldades de
venda, frequentemente a fábrica ficava parada durante semanas, o que dificultava a
manutenção de uma equipe de operários experientes. No entanto, com o tempo, a
qualidade dos produtos e a reputação da empresa cresceram, consolidando a Fábrica
de Tecidos Carlos Renaux como uma das principais indústrias têxteis do país.
Em 1918, a empresa foi transformada em uma sociedade
anônima, sob o nome de Fábrica de Tecidos Carlos Renaux S.A., tendo os filhos e filhas
de Carlos Renaux, e respectivos sogros, como acionistas. Seu filho Otto Renaux foi
eleito presidente. A partir desse momento, a empresa continuou a crescer e a inovar,
acompanhando as tendências e demandas do mercado têxtil nacional e internacional.
A segunda manufatura têxtil de Brusque foi uma empresa de
bordados finos, a E. V. Buettner e Cia., que durante algum tempo manteve em paralelo
aos negócios têxteis o beneficiamento de produtos coloniais. A precursora da Buettner
S/A Indústria e Comércio surgiu em 1898, fundada por Albertine Burow, esposa do
vendeiro Eduard von Buettner, em sociedade com o filho mais velho do casal, Edgar. A
origem da empresa Buettner guarda relação com a produção artesanal de aventais e
toalhas bordadas por Albertine. Foi ela quem iniciou a primeira confecção em Brusque.
Talhava pessoalmente aventais que mandava costurar por mulheres costureiras da vila.
Quando Eduard, seu esposo, faleceu em 1902, Albertine precisou tomar as rédeas dos
negócios da família. Juntos, mãe e filho estabeleceram uma firma individual para fabricar
bordados finos, que se especializou em cortinados e foi a primeira do Brasil no gênero,
comprando, entretanto, o tecido já pronto para ser bordado. Depois a Buettner passou a
importar armações para sombrinhas – proteção imprescindível das peles claras das
mulheres europeias em nosso país tropical – as quais então eram forradas com filó –
também importado – e bordadas com as máquinas à manivela, trazidas por Edgar von
Buettner da Alemanha. A empresa começou pequena, com duas máquinas a pedal nas
quais se confeccionava sombrinhas, aventais, cortinas, mosquiteiros e pano de bordar.
Graças ao empenho pela qualidade, a partir de 1906 novas
oportunidades foram surgindo para a Buettner, que teve seus artigos especiais, as
cortinas bordadas, encomendadas para as repartições públicas do Rio de Janeiro
(Palácio Monroe, Rio Negro, do Catete, Biblioteca Nacional).
Depois no mercado local, que se estendeu pelo estado. O
primeiro absorvedor dos tecidos bordados foi o Rio de Janeiro e, no Nordeste, a Bahia.
Seu mercado era constituído principalmente por pessoas abastadas, mas também pela
classe média, atendendo ao costume de presentear as filhas com guarnições bordadas
para o enxoval. Certo tipo de mercadoria era também despachado para a Alemanha,
constando como atraentes os motivos brasileiros nos padrões. Com a expansão do
mercado, o estabelecimento fabril consolidou-se, deixando de depender dos altos
créditos particulares. Em 1912 a firma, sob influência do político itajaiense Lauro Müller,
então Ministro das Relações Exteriores, obteve o primeiro crédito bancário. Os bordados
da fábrica Buettner foram várias vezes premiados em exposições no Brasil e no exterior.
A guerra traria mudanças na organização interna da firma que,
lentamente, passou para o ramo da tecelagem, sem, contudo, abandonar os bordados.
Dois teares foram adquiridos para a fabricação de tecidos e a atividade têxtil teve início
em 1915 com a instalação de uma pequena tecelagem, branqueamento e tinturaria do
fio, objetivando suprir as dificuldades existentes, como falta de mão de obra
especializada e alto custo do material importado. Após o término da Primeira Guerra
Mundial, Edgar Von Buettner viajou à Alemanha e adquiriu novas máquinas para
tecelagem de algodão, as quais foram instaladas e deram início à produção de tecidos
mais sofisticados, como étamines, rendados e filó para mosquiteiros. A partir de então, a
diversificação da sua linha de produção tornou-se uma constante e a empresa tomou
grande impulso. Modernizando ainda mais suas instalações e ampliando continuamente
os seus negócios, a empresa teve grande ascensão e se transformou numa das três
principais indústrias têxteis de Brusque.
Outro nome emblemático dessa trajetória é Gustavo
Schlösser, tecelão oriundo da cidade de Lodz, Polônia, que chegou em Brusque em
1896. Foi contratado por Carlos Renaux para desempenhar a função de técnico na
Fábrica de Tecidos, onde trabalhou por quinze anos.
Em 1911, Gustav e os filhos Hugo e Adolph fundaram a
Gustav Schlösser & Filhos, cuja razão social mais tarde passou para Cia. Industrial
Schlösser. Inicialmente, contaram com dois teares manuais, sendo um deles um tear
jacquard para a produção de toalhas de mesa e rosto, adquirido com o crédito concedido
por Carlos Renaux, que se encarregou, também, do fornecimento de fio. Inicialmente, a
produção Schlösser era vendida aos comerciantes Renaux, Bauer e Buettner. Sua
produção inicial era modesta, mas marcou o início de uma era de prosperidade que
acompanharia Brusque ao longo do século XX.
Em 1914, após a chegada da energia elétrica em Brusque, a
empresa importou oito teares da Saxônia. Mais tarde, em 1924, inaugurou sua própria
tinturaria e, em 1938 uma moderna fiação foi adquirida, passando a fabricar os fios para
o próprio consumo. Logo, o parque fabril da G. Schlösser & Filhos contou com fiação,
tecelagem, tinturaria, estamparia e acabamento, contribuindo significativamente para a
economia da cidade. No ano de 1933, a firma é transformada em Sociedade Anônima,
passando a ser denominada “Companhia Industrial Schlösser”, um ícone da produção
têxtil local. O espírito empreendedor desses pioneiros e a persistência em estabelecer
uma indústria sólida transformaram a cidade em referência.
Vale também mencionar a alfaiataria em Brusque. A Alfaiataria
Krieger foi a pioneira na indústria de confecção, embora houvesse muitos alfaiates na
colônia, foi Gustavo Krieger quem iniciou o empreendimento. Fundada em 1898, iniciou
sob a denominação de Alfaiataria Elegante e com o passar dos anos se tornou uma
conhecida confecção. A empresa atuou durante 101 anos, ficando na memória de
muitos.
Gustavo Krieger, ainda jovem aprendeu o ofício de alfaiate em
Florianópolis, profissão relevante para a região de Brusque. Depois de aprender todosos segredos da profissão, ao retornar a Brusque, em 1898, iniciou como profissional,
abrindo seu próprio negócio – a Alfaiataria Elegante, que acompanhava a moda, por
meio dos figurinos (revistas) europeus. Em 1946, seus filhos, os irmãos Axel e Nilo,
deram continuidade ao empreendimento e investiram na alfaiataria, inaugurando a
Irmãos Krieger. Além da confecção de ternos, os irmãos investiram em um mix de
produtos de moda, como camisas da marca, meias, gravatas, e chapéus, que
complementavam o negócio.
Primeiro Desfile de Moda em Brusque Os anos 1950 ficaram
mundialmente conhecidos por suas significativas transformações. Receberam, assim, a
terminologia de Anos Dourados. Os desfiles de moda foram importantes eventos no
período. As empresas brusquenses iniciaram um forte investimento em suas produções,
já fazendo uso do marketing como elemento de propagação. Além de propagandas em
jornais e revistas, as empresas organizaram eventos de destaque – o primeiro desfile. O
primeiro desfile de moda da cidade de Brusque ocorreu em 1952. Na ocasião, 42
modelos participaram do evento, filhas de associados do Clube Atlético Carlos Renaux
apresentaram graça e elegância na passarela. O desfile resultou em considerável
repercussão e contou com a presença de ilustres convidados, dentre eles: o governador
do Estado de Santa Catarina, Irineu Bornhausen; o presidente da Assembleia, deputado
Protógenes Vieira; o deputado Celso Ramos Branco; o prefeito de Brusque, Mário
Olinger; e o prefeito de Florianópolis, Paulo Fontes.
O evento ecoou em todo estado de Santa Catarina. Jornais e
revistas deram ênfase ao assunto, destacando a magnitude do acontecimento em seus
aspectos econômico e social. A revista “O Vale de Itajaí” publicou onze páginas
ilustradas e comentadas, afirmando que “somente um termo pode exprimir o que foi o
espetáculo proporcionado pelas indústrias de Brusque, com o desfile de modas, com os
tecidos confeccionados pelas firmas deste importante parque industrial catarinense:
maravilhoso.
Brusque também é reconhecida por abrigar, de forma rara no
Brasil, toda a cadeia produtiva da moda. Aqui se inicia o processo com a chegada do
algodão, que é transformado em fio, depois em malha, passa pelo tingimento nas
maiores tinturarias do país e segue até a confecção das peças de vestuário prontas.
Esse ciclo completo é um privilégio que poucas cidades brasileiras possuem e garante a
Brusque uma vantagem competitiva notável.
A vocação comercial da cidade também tem raízes históricas.
Durante décadas, a Rua Azambuja foi considerada o maior centro de pronta entrega do
Brasil. Em seu auge, chegou a abrigar mais de mil lojas, com comerciantes de todo o
país visitando a cidade para realizar suas compras. Brusque transforma-se na “Capital
Nacional do Turismos de Compras” ou “Polo da Pronta Entrega”. A cidade iniciou com
um grande shopping ao “céu aberto”, e a força da rua Azambuja projetou Brusque
nacionalmente e consolidou sua fama como polo comercial da moda.
Após o sucesso da rua Azambuja nos anos de 1980, foi a vez
de outras regiões da cidade se despontarem com seus centros de vendas. Eram muitos
os ônibus vindos de outras cidades catarinenses e até de outros estados. As lojas
localizadas nas ruas já não davam conta de recebê-los, e o momento era propício para
reorganizar esse sucesso repentino do setor de confecções em Brusque.
A partir de uma visão empreendedora, foi implantada em
Brusque, em 1991, a FIP – Feira da Moda, na época um dos maiores empreendimentos
do segmento de confecções no Sul do Brasil. Inicialmente com 48 lojas, e logo o espaço
foi expandido, com salas comerciais organizadas, dando origem aos shoppings de
compras de atacado da cidade. Em 1995 ocorreu a implantação de outro grande
empreendimento no setor, Stop Shop – O Ninho da Moda. Esse amplo crescimento
impulsionou ainda mais o desenvolvimento de Brusque, favorecendo a economia e o
turismo e, por consequência, a qualidade de vida de seus moradores. Atualmente temos
shoppings exclusivamente de compras de atacado, que recebem turistas e compradores
de todo o Brasil. Em destaque, podemos citar o Catarina Shopping, Master Shopping e
All Shopping.
Também merece destaque a Pronegócio, realizado pela
AmpeBr (Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque) algumas vezes por
ano, com o objetivo de facilitar as negociações entre marcas catarinenses e lojistas do
Brasil, e movimentar a economia local. O evento é considerado a maior Rodada de
Negócios de confecção do país, e nele é apresentando o que há de melhor das coleções
de Inverno, Primavera/Verão, Alto Verão e Outono/Inverno, produzido em Brusque e
região.
Além disso, Brusque foi berço de importantes marcas do setor,
muitas delas pioneiras em franquias de moda em Santa Catarina, como Colcci, Two Em,
Fry Works, Beach Country, entre outras. Essas marcas, fundadas e desenvolvidas no
município, não apenas consolidaram sua presença no mercado nacional, como também
abriram caminho para o fortalecimento da identidade fashion da cidade.
A moda tem sido uma preocupação para a cidade. Instituições
como a AMPEBr, a ACIBr – Associação Empresarial de Brusque, sindicatos e instituições
de ensino, tem atuado para impulsionar o sistema de moda em Brusque. Os cursos
preparatórios e profissionalizantes iniciaram junto com a indústria têxtil, dentro das
próprias fábricas, nas casas, e posteriormente em instituições especializadas. O saber
era passado e repassado de geração em geração. Técnicos, modistas e costureiras
vinham do exterior para ensinar. A partir de 1957, o SENAI se instalou em Brusque para
inicialmente atender o setor têxtil, e posteriormente foram criados diferentes cursos
voltados ao vestuário e à moda. Iniciado em 2004, o Curso de Design de Moda da
UNIFEBE (Centro Universitário da Fundação Educacional de Brusque) se destaca no
segmento, realizando desfiles, convênios, palestras, viagens internacionais e cursos de
extensão, proporcionando formação e colocando a moda em movimento na cidade.
SENAC e Uniasselvi também disponibilizam cursos voltados para a moda e sua cadeia
produtiva.
Atualmente, Brusque é o maior polo têxtil do estado de Santa
Catarina e um dos maiores do país. Segundo levantamento da Prefeitura Municipal de
Brusque, o setor têxtil local lidera na geração de empregos e renda. Em 2023, por
exemplo, o segmento foi responsável por mais de 3 mil novas admissões, sendo o maior
gerador de empregos na cidade. A força produtiva local contribui não apenas para a
economia regional, mas também para a formação de mão de obra especializada. Dentre
as mais de 3 mil empresas de fabricação de produtos têxteis e confecção de artigos do
vestuário de Brusque está a Florisa, maior tinturaria da América, com mais de 50 anos
de existência e 500 funcionários. Atualmente a Florisa atende o Brasil inteiro e é
referência internacional, consolidando o município como responsável por abrigar um
terço de todas os estabelecimentos industriais do segmento têxtil no estado e centro de
referência em tecnologia, inovação e moda.
Diante de sua trajetória histórica, da relevância econômica, da
vocação empreendedora e do protagonismo na cadeia produtiva da moda, Brusque tem
todos os méritos para ser reconhecida oficialmente, como a Capital Catarinense da
Moda. A história da cidade é, em grande parte, a própria história do setor têxtil em Santa
Catarina e no Brasil. Tal reconhecimento seria não apenas simbólico, mas um tributo
justo ao esforço coletivo de gerações que construíram, com trabalho e visão, esse
patrimônio industrial e cultural. Ante ao exposto, solicitamos aos Pares o apoio para
tramitação e aprovação da presente proposta.
Sala das sessões,
Deputado Carlos Humberto
ELEGIS
Documento assinado eletronicamente por Carlos Humberto
Sistema de Processo
Metzner Silva, em 13/05/2025, às 14:53.
Legislativo Eletrônico
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